É muito bom chegar ao final do semestre com tantas informações novas, conhecimentos construídos e válidos para nós, futuros profissionais da informação. O que será apresentado hoje relaciona-se à cultura da convergência, tão experienciada por tantas pessoas na vida cotidiana.
Para começar, acho interessante as boas vindas de Jenkins (2008, p. 27), referente um assunto, pelo menos para mim, novo: “Bem vindo à cultura da convergência, onde as velhas e as novas mídias colidem, onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis.” Ora, esse dizer chamou-me atenção primeiramente pela interação do produtor e consumidor de mídia e que fiz uma analogia com a introdução explicativa do meu blog, onde utilizei o prosumor – produtor e consumidor de informação – pela mídia. Por falar em blog, primeiro assunto discutido na disciplina, a convergência se dá por textos, imagens, vídeos, comentários, e outros, que anteriormente à fusão, eram produzidos, lidos e utilizados separadamente. O mesmo se dá com relação ao fotolog, fotos expostas on-line e o twitter, que pode ser entendido como um correio eletrônico ou até as antigas mas ainda utilizadas cartas, só que agora as correspondências são online e instantâneas.
Mas o que é de fato a convergência? Jenkins (2008, p. 27) define convergência como: “[ . . . ] fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.” O conteúdo que era e ainda é utlizado separadamente, como no rádio, TV, telefone, jornal e computador, por exemplo, se convergem em um só aparelho, ou seja, se tem acesso ao mesmo conteúdo de um só aparelho ou o mesmo conteúdo por meio de vários aparelhos, TVDI e computador por exemplo, em diferentes lugares. Um bom exemplo é o celular, que além de ser essencialmente voltado para a comunicação, pode ser utilizado para vídeo-game, correio eletrônico, acesso à internet, filmadora, rádio, etc.
Relacionando a convergência com os tópicos estudados na disciplina, quanto à fotografia tradicional, em papel, que passou a ser digital sem que a anterior deixasse de existir, a convergência se dá além dessa mudança de forma, em estar disponibilizada na rede em bancos de imagens, numa total interação, podendo ser consumida por outras pessoas e recebendo comentários, fazendo assim uso da inteligência coletiva. O mesmo acontece com os vídeos armazenados ou não nos repositórios específicos e que podem, devido à convergência, serem acessados de qualquer local e aparelho.
Os jornais tradicionais estão passando para digitais, disponíveis na rede e disponibilizados para quaisquer pessoas que tenham interesse. Além da convergência do meio, há no próprio jornal uma fusão de mídias, pois além dos textos, contem fotos, notícias recém chegadas de algum repórter externo, vídeos, links para outros sites e comentários dos leitores, por exemplo.
Os museus tradicionais, físicos, estão disponibilizando seu acervo on-line, na forma de web museus e alguns somente na rede, denominados museus virtuais. O acesso é fácil, prazeroso para quem gosta, e interativo, com tours on-line, acesso a textos dos objetos e contextos, fichas técnicas, vídeos, etc.
Muito em pauta atualmente, as redes sociais são praticamente um fenômeno. Aqui pode ser entendida convergência de diferentes interesses: relacionamentos sociais, amizades, trabalho, negócios, etc., além das convergências de serviços, como mensagens, fotos, vídeos, etc.
É claro que a convergência, para ter sentido, depende da participação ativa do público, dos consumidores, pois caso o contrário não teria razão de existir. Essa nova modalidade de acesso às mais variadas informações e de forma muito instantânea, causa uma mudança de paradigma comportamental na sociedade, o que gera uma nova cultura, que pode ser explicada pela própria convergência no sentido de que Jenkins (2008, p. 28) nos diz que essa “[ . . . ] ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com os outros. Cada um de nós constrói a própria mitologia pessoal, a partir de pedaços e fragmentos de informações extraídos do fluxo midiático e transformados em recursos através dos quais compreendemos nossa vida cotidiana.”
Interessante também o que Jenkins (2008, p. 28) coloca: “[ . . . ] por haver mais informações sobre determinado assunto do que alguém possa guardar na cabeça, há um incentivo extra para que conversemos entre nós sobre a mídia que consumimos. Essas conversas geram um burburinho cada vez mais valorizado pelo mercado das mídias.” Não é o que nós fazemos? O que utilizamos mais? Ouvimos falar constantemente no Orkut, facebook, twitter, etc. Os noticiários da TV informam que o Brasil é líder mundial na utilização do Orkut.
Como a mudança é inevitável, individual e a convergência das mídias e da cultura tende a crescer, cabe aos profissionais da informação, tratar as informações pertinentes, direcionando-as a seus usuários, conhecendo e fazendo bom uso das mídias a seu favor, como auxílio nas tarefas diárias e principalmente, sempre criando e aprimorando os sistemas de busca e recuperação das informações.
Referências:
JENKINS, Henry. Venere no altar da convergência. In: ______. Cultura da convergência. Tradução: Suzana Alexandria. [New York]: Aleph, 2008. p. 25-51. Disponível em: < http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=10743>. Acesso em: 7 dez. 2010.