segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Webmuseus sem fronteiras

             O post se refere a um tema muito interessante, de uma instituição que admiro muito, o museu. Primeiramente, veremos uma definição de museu, conforme Oliveira (2007, p. 150): “[ . . . ] museu é sinônimo de coleção, de acervo, de documentação, conservação, exposição e informação de qualquer tipo de objeto, organizado por alguém ou por uma instituição, com ambição de apresentar ao público, criar formas educativo-pedagógicas, pesquisa e extensão.” Então, com o fim de entretenimento, educação, instrução e conhecimento, o museu faz parte da memória, da história, da vida em sociedade.
            Desde sempre conhecemos os museus em sua forma física, com exposições permanentes ou não e até museus itinerantes, como o Museu Egípcio que há pouco estava em Venâncio Aires – minha terra – e em Porto Alegre. Uma nova forma de museu refere-se a museu na web, como nos explica Carvalho (2008, p. 83):

Com a expansão da rede na década de 90, multiplicaram-se sites de Museus, dedicados aos mais diferentes temas, com nomes e tipologias, permitindo ao usuário da Internet “visitar”, num mesmo dia, museus localizados fisicamente em diferentes continentes. Muitos destes sites são espelhamentos de instituições museológicas construídas no espaço físico. Essa capacidade de alcance possibilitada pelas redes eletrônicas, chegou a despertar o questionamento de que os museus físicos pudessem ser substituídos por seus equivalentes digitais.

            Seguindo a lista de sites de museus recomendados para esse post, realizei o dito acima, visitando, num mesmo dia, museus localizados fisicamente em diferentes lugares, países, continentes e até museus exclusivamente virtuais, o que a meu ver caracteriza museus sem fronteiras, sem limites, de portas abertas para o conhecimento! Para identificar as categorias de museus que por mim foram visitados, tomei como embasamento teórico, o que Schweibenz (2004 apud CARVALHO, 2008) define: Museu Folheto, apresenta informações básicas sobre o museu, informando seu potencial aos visitantes; Museu de Conteúdo, apresenta as informações relacionadas aos objetos, como a base de dados da coleção; o Museu do Aprendizado, oferece informações orientadas ao contexto em vez do objeto e o Museu Virtual, não tem acervo físico e pode fazer conexões com coleções digitais de outros museus. Observações das minhas visitas a seguir são relatadas:
Ø  Museu do Iraq: Web museu muito interessante, retratando atualmente a história antiga. Pode ser considerado um Museu aprendizado por apresentar informações relacionadas ao contexto a partir do objeto. Site interativo, com descrições, vídeos e a possibilidade do visitante “passear” pelo museu, selecionando a informação que deseja obter.
Ø  MVAB- Museu Virtual de Arte Brasileira: Museu virtual voltado o tipo museu folheto, com informações básicas sobre a instituição e os artistas, incluindo biografia, bibliografia, etc. Não é muito interativo.
Ø  Web Gallery of Art: Deixa claro que é um museu virtual e banco de dados para pesquisa sobre pintura e escultura européias. Bem organizado, entre os vários serviços oferecidos, destaco ferramentas de busca para localização das obras, glossário de termos e banco de dados. Voltado para museu conteúdo
Ø  MUVA – Museo Virtual de Artes el Pais: Muito interativo, deixa claro que é um museu totalmente virtual, sem acervo físico.
Ø  Museus Fórum: É um blog que apresenta discussões sobre os museus brasileiros físicos e on-line.
Ø  Museu de Arte de São Paulo: Web Museu que reflete o museu físico, apresentando as exposições. Com bastante texto, voltado para o museu Aprendizado.
Ø  Margs: Web museu que expõe virtualmente o acervo físico. Chama a atenção por disponibilizar um tour virtual de determinadas exposições, como a do Realismo da França, de maneira muito interativa.
Ø  Museu da Pessoa: Um Museu Virtual muito interessante e diferenciado por apresentar histórias de pessoas, construindo assim uma rede de histórias com o fim de valorizar cada história na sociedade.  Museu virtual com conexão com redes digitais externas, ou seja, objetiva construir uma rede internacional de histórias visando mudança social. Possui uma biblioteca com acervo constituído de artigos e teses relacionadas à história e memória oral. Possui também uma livraria digital que disponibiliza edições gratuitas.
Nas visitas em que realizem, constatei que são muitas as vantagens dos webmuseus:  acesso rápido e fácil às exposições; acesso aos bancos de dados dos objetos; biografias dos artistas; contextos dos objetos; histórias de vidas; artigos e teses; uso de tecnologias diferenciadas pra explorar as exposições, tais como vídeos e “tours on-line”; acesso a museus em qualquer lugar do mundo sem sair de casa; novas informações e conhecimentos; entre outros.
Quanto às desvantagens, vejo unicamente o que também Oliveira (2007) nos diz, que no futuro o público pode se contentar com visitas aos acervos e exposições no ciberespaço, deixando de ir ao museu presencial. Isso é mais agravante também pelo fato de que a exposição via monitor só consegue transmitir pouco do estilo que o objeto possui e nada da aura que o original possui. Para mim, a visita a webmuseus não impede a visita física, pois o prazer sentido em estar no lugar é incomparável, a não ser é claro, por barreiras geográficas.
            Como o museu é um lugar de conhecimento, de fruição e retratação de histórias de vida, de objetos, de épocas, de lugares, da ciência, da sociedade e de tudo o que existe, é uma importante fonte de informações. Na disseminação da informação, tem uma função especial:

Como aparatos informacionais, os museus produzem e processam informações extraídas dos itens de suas coleções – individualmente ou em conjunto - de modo a gerar novas informações. Tais operações podem ser realizadas internamente, no âmbito de suas atividades de rotina (particularmente a documentação e a exposição), ou externamente, por estudiosos que invocam como testemunham ou recorrem aos mesmos na qualidade de documentos. (NIEMEYER; LOUREIRO, 2004, p. 102)

            Museu, como às vezes se ouve falar, não é lugar de coisas velhas. É lugar de conhecimento!

Referências

CAVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, [Rio de janeiro], v. I, n. 1, p. 83-93, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/issue/view/2/showToc>. Acesso em: 22 nov. 2010.


NIEMEYER, Maria Lucia de; LOUREIRO, Matheus. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço.  Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101649>. Acesso em; 22 nov. 2010.


OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, [São Paulo], v. 12, p. 147-161, 2007. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101648>. Acesso em: 22 nov. 2010.

           

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